marcelo martins

O prefeito Decimo terá de rever algumas coisas

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)

Na próxima semana, o prefeito reeleito de Santa Maria, Jorge Pozzobom (PSDB), irá tirar um breve período de férias. Serão 10 dias, mas neste tempo o vice-prefeito, Rodrigo Decimo (PSL), irá assumir o comando de forma interina do Executivo municipal. Será um período de ambientação do empresário com a máquina pública, com a política - ao ter de tratar questões eventualmente partidárias com apoiadores que irão requerer espaço no governo - e, ainda, lidar com a Câmara de Vereadores.

O engenheiro civil, formado pela UFSM, que se fez profissional e pessoalmente na iniciativa privada terá o primeiro encontro com o que é uma administração municipal: a capacidade de conciliar interesses, mediar conflitos, ser (eventualmente) evasivo e, acima de tudo, mostrar que o controle e os rumos do paço estão nas mãos dele. E de mais ninguém.

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ADAPTAÇÃO

Não se trata de trazer, neste período de prefeito, as coisas a cabresto. Porém, Decimo terá de rever algumas posturas. Não poderá ser uma ovelha em meio aos lobos. Um homem de diálogo e conciliador que pautou temas importantes da agenda de Santa Maria - como o duplica 287 e a ampliação do aeroporto -, terá, agora, de adaptar-se ao que é a política: um lugar onde o homem é o maior inimigo do próprio homem.

Ou seja, como já escreveram, séculos atrás, tanto Hobbes quanto o romano Platus, o homem é o lobo do homem.

Decimo, já disse tanto lá atrás quanto agora, que aceitou o convite de Pozzobom por dois motivos. O primeiro pela amizade entre eles e, segundo, por acreditar que conseguiria contribuir para o que espera Santa Maria, ao longo deste 2021, quando teremos os efeitos mais nocivos da pandemia nos âmbitos econômico e social.

Acontece que Decimo, como se apresenta hoje, tem chances de ser devorado pelos lobos da política - estejam eles já na administração ou que venham a compor o governo - e isso deve ser equacionado por ele mesmo.

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GRUPOS

A política é feita por três grupos: os bajuladores, que por não terem utilidade se sustentam dizendo o que o detentor do poder quer ouvir; os vaidosos, que tentam emplacar a todo custo algum feito sendo a ideia, a ser executada, deles ou não; e, por fim, os resolvedores de problemas. Esse último grupo é que faz as coisas acontecerem. Decimo é desse último time. Resta, agora, saber se ele tem o time fechado com ele. De qualquer maneira, o Decimo, dos tempos da iniciativa privada, terá de se adequar à nova função. Pela própria sobrevivência.

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